O Bloco de Esquerda declara que a sua sede, no Porto, tem sido atacada por neonazis.
Começo por não conseguir perceber como chegou o BE a esta conclusão pois os ataques, ainda segundo o BE, "são perpetrados por pessoas que passam de carro e atiram pedras".
Mesmo dando de barato que com um simples olhar para viaturas em movimento o BE consegue avaliar a ideologia dos respectivos ocupantes, resta-me ainda um outro mistério. Mais propriamente o da linguagem. Em primeiro lugar, caso os agredidos fossem simples cidadãos ou um partido que não o BE estes factos teriam sido descritos com aquela linguagem politicamente correcta que é tão do agrado do BE.
Assim os ataques começariam por ser alegados. Os atacantes não seriam neonazis nem o quer que fosse. Quando muito dir-se-ia que as vítimas, provavelmente sem grande fundamento, suspeitavam de determinados grupos, sendo certo que logo se faria um enquadramento socio-económico sobre o desemprego, falta de expectativas e outros problemas que explicassem que umas criaturas se entretivessem a atirar pedras para as janelas dos outros. Para finalizar, as vítimas dos alegados ataques seriam descritas como estando imbuídas duma certa paranóia securitária que as levava a pedir mais policiamento e não acções de integração para os jovens e demais excluídos.
Creio que esta semana algo mudou no BE.
E não, não me estou a referir à possibilidade de Louçã vir a integrar um futuro governo de Sócrates. O que mudou mesmo é que o BE doravante e para o futuro terá de explicar como é que atirar pedras aos outros é crime em Portugal e acto de resistência na Palestina.
Por fim, mas não menos importante, o BE não só chamou a PSP como passou a considerar que faz falta polícia na rua. Ou mais precisamente faz falta na rua da sua sede do Porto.
Sem comentários:
Enviar um comentário